STJD decide pela eliminação da Aparecidense e Tupi segue na disputa



O Tupi venceu a briga no Superior Tribunal de Justiça Desportiva e segue na disputada da Série D do Campeonato Brasileiro. Por 3 votos a um, em julgamento na Primeira Comissão Disciplina na noite desta segunda-feira, os relatores decidiram retirar os pontos da Aparecidense na polêmica partida em que o massagista Romildo Fonseca da Silva entrou em campo e evitou o gol da vitória mineira. A decisão ainda cabe recurso.

No primeiro jogo das oitavas de final da competição, Tupi e Aparecidense empataram em 1 a 1. No jogo de volta, o Galo Carijó esteve perdendo por duas vezes, chegou ao empate e, quando viraria o placar, o massagista Esquerdinha entrou em campo e defendeu o chute de Ademílson que entraria no gol.

Fora de campo, na noite desta segunda-feira, o clube mineiro foi defendido por Lucas Ottoni, que advoga pelo Atlético, e Mário Bittencourt, que trabalha para o Fluminense. O advogado João Vicente de Morais defendeu o Aparecidense. Pivô de todo o problema, o massagista Romildo Fonseca da Silva, o Esquerdinha, não esteve presente. Nenhum outro dirigente goiano compareceu.

Julgamento

Com base no artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), a promotoria reforçou a denúncia e pediu a anulação da partida. Sem áudio, a imagem do lance foi exibida e algumas pessoas chegaram a dar risadas no tribunal. A súmula do jogo, então, foi lida e o árbitro Arilson Bispo da Anunciação deu o seu depoimento.

“Se no momento da jogada, eu tivesse visto ele próximo à baliza, eu não pararia o lance. Ele não tinha interferido no lance. A partir do momento que ele entrou, tive que parar”, disse o árbitro.

O procurador William Figueiredo foi irônico na acusação. “Se a moda pega, vai ser o fim do desporto. O árbitro tinha a visão completa do lance, assistindo o sujeito onde não deveria estar, pronto para invadir. Foi o que ele fez. Ele deveria ser goleiro ao invés de massagista. Ele foi muito bem na função, mas contra a ética desportiva”, disse o procurador.

O advogado de defesa da Aparecidense, João Vicente de Morais, quis mostrar que o time goiano não tem culpa no ocorrido. “Eu, como apaixonado de futebol, fico triste com o lance mostrado. É uma conduta indevida do massagista da Aparecidense. Entretanto, questiono se o artigo 243 é o mais indicado para o caso. E questiono ainda se a Aparecidense cometeu algum ato contra qualquer artigo do CBJD”, afirmou.
Como argumento, o advogado do Aparecidense citou a defesa com as mãos do atacante uruguaio Suárez nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010 contra Gana. Na ocasião, o jogador foi expulso, mas o time africano acabou errando a penalidade no tempo normal e, posteriormente, acabou eliminado na disputa de pênaltis.

João Vicente Morais também quis comparar a atitude do massagista a atitudes extracampo, como a invasão de um torcedor, de um cachorro, uma chuva forte ou até um morrinho artilheiro. Outra estratégia foi pedir a desclassificação do artigo 243-A para o 258-B, que fala da invasão de campo por membros da comissão técnica e tem penas mais brandas.

Mário Bittencourt, advogado do Tupi, pediu mais do que a anulação da partida. Ele queria a desclassificação do Aparecidense. “O Tupi não merece jogar outra partida, o Tupi merece Justiça. A desclassificação é possível e o Tupi não vê outro caminho a não ser a exclusão da Aparecidense da competição”, disse o advogado.

O relator Washington Oliveira e o auditor Felipe Belvilacqua foram mais severo e, baseando-se no artigo 205, votaram para que o Aparecidense perdesse os pontos da partida para o Tupi.

Mobilização

O julgamento movimentou a cidade de Juiz de Fora nesta segunda-feira e nos últimos dias. Até o prefeito Bruno Siqueira colocou a procuradoria do município para acompanhar o caso. “O Tupi leva o nome da cidade em nível nacional”, disse o prefeito, pelo Twitter. Na última quinta-feira, a UFJF entrou em quadra contra o Sertão Minas-Pirapora pelo Campeonato Mineiro de Vôlei com uma faixa em apoio ao Galo Carijó. “Força Tupi. Pela ética no esporte”, dizia o texto. A imprensa local também defende o time da cidade chamando o caso de “Vexame Aparecidense”.

Fonte: http://www.otempo.com.br/superfc/futebol/stjd-decide-pela-elimina%C3%A7%C3%A3o-da-aparecidense-e-tupi-segue-na-disputa-da-s%C3%A9rie-d-1.714463

0 comentários:

Postar um comentário

- Não exagere nos comentários, zoações são permitidas, comentários racistas, xenófobos, preconceituosos serão deletados.

Mural