Aparecidense recorre contra eliminação na Justiça Desportiva

Julgamento Tupi e Aparecidense (Foto: Thiago Benevenutte) 


Após prometer, a Aparecidense-GO entrou nesta quarta-feira com o pedido de recurso da decisão da Primeira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Na ocasião, na última segunda-feira, o time de Goiás foi punido com a exclusão da série D do Campeonato Brasileiro, após o lance polêmico envolvendo o massagista Romildo Fonseca da Silva, o Esquerdinha, que impediu o gol que daria a classificação nas quartas de final ao Tupi-MG. O advogado da Aparecidense-GO, João Vicente de Moraes, afirmou que o recurso foi enviado nesta quarta-feira por fax. O documento original deve chegar nesta quinta ao tribunal pelo correio.

- O nosso primeiro pedido é em relação ao artigo 205, que foi utilizado para embasar a condenação e exclusão do time. Esse artigo é incabível no presente caso. Ele trata da interrupção da partida e isso não ocorreu. No jogo em questão, a partida se encerrou, houve o transcurso do tempo – explicou João Vicente.


De acordo com o advogado, ocorreu também cerceamento de defesa.

- A Aparecidense foi intimada para se pronunciar no artigo 243-A. Porém, somente no momento do voto do relator, quando já tinha passado o momento de manifestação de defesa, que houve essa alteração para o artigo 205. Esse é outro ponto do nosso recurso – comentou o advogado.

João Vicente Moraes afirmou ainda que solicita no recurso, além da absolvição do time goiano, a manutenção do resultado do jogo do dia 7 de setembro, que terminou empatado em 2 a 2, o que devolveria a classificação à Aparecidense-GO.

- Caso esse pedido não seja atendido, queremos a anulação da partida e que uma nova data seja marcada. Assim as equipes podem disputar a vaga novamente – destacou Moraes.

- O artigo em que fomos enquadrados não se aplica ao caso. É absurda a decisão. É como condenar uma pessoa no Brasil à morte. Não existe essa previsão na lei. Não sei o que é mais preocupante, o ato do Esquerdinha ou o dos auditores. Nosso massagista praticou um ato instintivo, os auditores não. Eles tiveram tempo. Uma coisa é julgar alguém que teve um segundo para pensar, outra é ver alguém com tempo fazer um negócio desses – lamentou.

O presidente do clube goiano também disse que mesmo que o gol do Tupi acontecesse, não seria possível dizer que o jogo terminaria com o placar de 3 a 2.

- Terminamos o primeiro tempo vencendo por 1 a 0. No segundo, com sete minutos, já estava 2 a 2. No fim do jogo, se o Tupi tivesse feito o gol do 3 a 2, o que garante que a Aparecidense não conseguiria empatar novamente? Seria outro jogo, a equipe se comportaria de forma diferente. Se o juiz tivesse terminado a partida após logo o lance era uma coisa, mas a partida ainda continuou. Teríamos chance de empatar - argumentou.

A expectativa do presidente e do advogado do clube goiano agora é sobre a próxima reunião do pleno do STJD, que deve ocorrer no dia 3 de outubro.

- A procuradoria tem até três dias para se manifestar. Acredito que eles não irão fazer isso antes de segunda-feira. A partir da manifestação, será marcada uma nova data, provavelmente na próxima sessão do pleno, no dia 3 de outubro. Porém, isso é só uma previsão, não tem nada definido ainda - falou o advogado da Aparecidense.

O presidente Wilson Queiroz comentou ainda sobre a possibilidade de um novo jogo.
- Eu acho uma temeridade marcar uma nova partida para Juiz de Fora. No entanto, se marcar, nós vamos jogar – disse.

Questionado se a Justiça Desportiva é a última instância na qual o time vai apelar, o presidente da Aparecidense foi definitivo:

- Sim, o STJD é o nosso último recurso - finalizou, rejeitando ir à justiça comum.


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